18 Setembro 2015 Sustentabilidade

Brasil desponta como país com produção sustentável e de qualidade - Interconf Assocon

O diretor do Grupo Roncador, Caio Penildo Dalla Vecchia, afirmou, durante a Conferência Internacional de Confinadores – Interconf 2015, em Goiânia (GO), que as inúmeras mudanças e avanços ocorridos na pecuária para atender as questões ambientais fizeram com que o Brasil despontasse frente aos demais como um país que produz carne bovina com qualidade e sustentabilidade. “Nenhum país produtor dispõe de tantas áreas voltadas à preservação ambiental quanto nosso país, o que fará com que ele se projete ainda mais em termos mundiais”, comenta.

Caio ressalta que no começo foi difícil para os pecuaristas atenderem às normas estabelecidas pelo Código Florestal Brasileiro, mas, com o tempo, o Brasil mostrou que é possível produzir intensificando as atividades nas áreas já abertas, através de ferramentas como o confinamento ou a integração lavoura-pecuária-floresta, sem a necessidade de elevar o desmatamento.

O diretor de Agropecuária do Grupo Roncador, Pelerson Penido Dalla Vecchia, destacou as práticas adotadas nas quatro fazendas do grupo, situadas em Mato Grosso e São Paulo, que proporcionaram a otimização do uso da terra e ótimos resultados para o grupo, intercalando as atividades de pecuária com a produção de algodão, soja e milho. “Trouxemos o caso de um ciclo completo na pecuária, cuja otimização do uso da terra ajudou a reduzir a idade de abate dos animais, possibilitou o aumento das taxas de lotação de animais por hectare no período das águas e melhorou a gestão”, comenta.

Pelerson disse que foi possível reduzir o tempo de abate com a entrada de suplementação nas fases finais tanto do confinamento quanto do semi-confinamento, com a utilização de uma recria de qualidade, de IATF e com a retirada de categorias improdutivas, como vacas vazias e bois erados, intercaladas com a conversão da terra para a agricultura, com a utilização de palhadas e a reforma dos pastos. “Isso nos permite abater animais da raça Nelore com idade entre 24 e 30 meses, da raça Angus entre 14 e 24 meses, terneiros Rubia Gallega com 11 meses, novilhos Rubia Gallega com 20 meses, e animais ½ Caracu com até 24 meses”, afirma.

Através de forte trabalho de gestão, com foco no levantamento de indicadores para tomar decisão, do uso de conceitos de núcleos independentes da pecuária nos processos de cria, recria e engorda, e com a busca por remunerações diferenciadas, produzindo o que mercado remunera melhor, Pelerson conta que está sendo possível atender determinados nichos, como a Cota Trace e a Cota Hilton, com diferencial de preço entre R$ 2,00 a R$ 4,00 por arroba, destinado ao mercado europeu. “Também estamos conseguindo na raça Angus um preço 8% acima da fêmea e, com animais Rubia Gallega, um diferencial de preço entre 7% a 20% superior nos machos”, informa.

Pelerson salientou os modelos adotados com a utilização da pecuária intercalada com a agricultura na época das águas e das secas. “Adotamos dois modelos, o de 1 para 1, com dois animais ocupando um hectare de área e um hectare destinado ao cultivo de soja tanto na época das águas como da seca, o de 1 para 2, com a lotação de 3 animais por hectare e a utilização dos outros dois hectares para a produção de soja na época das águas e a lotação de um animal por hectare e a utilização de dois hectares para a produção de soja na época da seca, que tem proporcionado ótimos resultados para o grupo”, detalha.

Pelerson informou ainda que o Grupo Roncador tem investido nos últimos dois anos em treinamento de pessoas e de mão-de-obra na pecuária para a adoção desses modelos produtivos, muito embora seus dimensionamentos dependam da capacitação e da conscientização da equipe, de fatores climáticos e da análise do solo. “Sem uma boa informação é impossível tomarmos as decisões corretas. Por conta disso, treinar as pessoas e dispor de indicadores precisos na mão antes de qualquer tomada de decisão é fundamental”, conclui. (Portal Safras/RS – 16/09/2015)